Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta quinta-feira (30) que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, poderá ser um dos ministros da cota pessoal do presidente Michel Temer e permanecer ocupando a pasta, mesmo com a saída do PSDB da base do governo.
Padilha disse que a saída dos ministros tucanos é uma questão do presidente Michel Temer e as lideranças tucanas. No entanto, ao ser perguntado sobre como ficaria a situação de Aloysio Nunes no governo, ministro acenou com a possibilidade de o tucano se manter na pasta.
“Penso que o ministro Aloysio é uma das pessoas que mais respeito merecem dentro do PSDB, e nós devemos acolher as palavras dele como manifestação pessoal de alta respeitabilidade. Penso que ele pode vir a ser um ministro da cota pessoal do presidente”, disse.
Padilha disse também ver com naturalidade o fato de o PSDB deixar a base do governo para avançar com seu “projeto de poder”, e que espera, dos tucanos, “compreensão” com as decisões a serem tomadas pelo PMDB visando ao projeto de poder que tem para 2018.
“Questão de ministério é questão presidencial, e ele [presidente Michel Temer] está definindo isso com muito diálogo. Vai dialogar com as lideranças e com Geraldo Alckmin, que é presidente do PSDB. Se houve anúncio de todos os líderes, de que iam sair, acho que é uma questão apenas de haver, da parte do presidente Temer e dos líderes – no caso, do presidente [do PSDB] Geraldo Alckmin – a definição da forma com que vai ser feita essa transição”, acrescentou Padilha.
“O PMDB e os partidos da base têm um projeto de poder para 2018. Vamos cuidar desse projeto de poder. Acho de forma absolutamente justa que o PSDB e o governador Alckmin [Geraldo] tenham um projeto de poder que eles devem defender. Nós compreendemos e, da outra parte, também se espera que haja compreensão com a decisão do PMDB e dos demais partidos da base do governo”, acrescentou Padilha.
Padilha anunciou ontem (29) que o PSDB não integrará mais a base aliada do governo. No entanto, os ministros da legenda poderão continuar nos cargos.
Fim da edição impressa do DOU
Padilha participou nesta manhã de uma cerimônia na Imprensa Nacional, que marca o fim da edição impressa do Diário Oficial da União (DOU). Após 155 anos sendo impresso, o DOU passará a ter, a partir do dia 1º de dezembro, apenas a versão digitalizada. Durante o evento, foi assinado um acordo de cooperação que permitirá o uso das ferramentas tecnológicas que servirão para a leitura e o processamento do DOU. A versão online da publicação já existe há 20 anos e, atualmente, registra cerca de 23 mil acessos únicos diários.
De acordo com o governo, a mudança para o ambiente digital resultará em economia tanto de papel como de água, uma vez que a Imprensa Nacional consome 720 toneladas de papel-jornal a cada ano, a um custo estimado de cerca de R$ 204 mil mensais ou R$ 2,5 milhões anuais. O consumo equivale a 900 eucaliptos mensais ou 10.800 anuais. Na transformação em papel são consumidos mensalmente uma quantidade estimada de 32 milhões de litros de água, equivalente a pouco mais de 8 piscinas olímpicas.
“Hoje o presidente Michel Temer dá mais um passo no rumo de converter o governo [para o ambiente] digital, que sai do nosso Diário Oficial impresso em máquinas, que vêm desde 1808, passando agora à impressão digital, onde temos mais de 700 mil acessos rapidamente. A tiragem hoje é de menos de 10 mil exemplares no papel. Não temos mais a demanda que o justificou há tanto tempo”, disse Padilha. “O dia de hoje é um marco na história da imprensa brasileira”, completou.
Edição: Carolina Pimentel